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Sobre mim há muito a dizer, sou como todas as outras pessoas... igual e unica à minha forma e maneira... não sou nem mais nem melhor, sou eu própria.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Há dias assim. Dá vontade de baixar os braços...

Sempre achei que somos nós que consruimos a nossa sorte, que lutamos e batalhamos pelo que queremos e que em função disso conseguimos ou não alcançar objectivos. Mas há pessoas com sorte... em que a vida dá aquele empurrãozinho...que parece que não têm de se esforçar muito porque, e quase sempre por acaso, as oportunidades lhes caem no colo.

Por outro lado há quem tenha azar. Pessoas que lutam, tentam e não desistem mas que quando estão a chegar lá (ou pura e simplesmente pensam que agora é que vão ter condições de estabilizar tudo) algo lhes puxa o tapete e lhes diz que não vai ser desta.
Ao contrário dos primeiros, os sortudos, em que nem têm de estender a mão porque antes mesmo de precisarem já alguem lhes está a estender o que precisam, os segundos, os azarados, vivem profundamente sozinhos e quem o rodeia mesmo que queira nem sempre consegue ajudar.

Esta dualidade existe em quase todos os parametros da vida, no trabalho, no plano financeiro, nas relações ou mesmo no desejo de ter um filho.

A I. depois de alguns tratamentos de fertilidade, anos de luta, engravidou... perdeu o bébe alguns meses depois, depois perdeu o marido, mais tarde perdeu a esperança... a idade já não lhe permite mais tentativas e a adopção é uma batalha perdida. Resta-lhe pensar no que poderia ter sido...

O R. lutou para conseguir ter na vida o que sempre desejou, de origens humildes não se pode dizer que fosse muito ambicioso e que o que desejava não estivesse ao alcance de qualquer um... tirou um curso e um mestrado, não encontrou emprego, procurou outras coisas porque financeiramente as coisas não param e não esperam... cumpriu o sonho de comprar uma casa, anos dedicado a um emprego que aprendeu a gostar para estagnar e mais tarde encontrar o desemprego...35 anos, casa para pagar, velho demais para uns, novo e inexperiente demais para outros... trabalhos ocasionais durante mais de 3 anos, quando pensa que vai encontrar algo e que dá para se aguentar acontece alguma coisa. A ultima foi a morte do pai, que lhe deixou uma dor imensa e uma herança de dividas.


Há dias assim. Dá vontade de baixar os braços, pensar no que seria diferente se estivessem no lado dos "sortudos", se a vida tivesse dado oportunidades diferentes, aquela ajuda, aquele empurrão...porque não?! Porque não têm a sorte de ter alguma sorte??... mas isso de pouco adianta, é tempo de lançar os dados novamente, porque a vida não para e não espera.

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