Eu sou...

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Sobre mim há muito a dizer, sou como todas as outras pessoas... igual e unica à minha forma e maneira... não sou nem mais nem melhor, sou eu própria.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

imc




Como bem se sabe o Índice de Massa Corporal (IMC) é a medida do grau de obesidade.

Para cálcular o IMC basta aplicar uma fórmula que leva em conta o peso e a altura.
O cálculo é fácil : dividir o peso em kg, pela altura ao quadrado (em metros). O resultado deve ser comparado aos valores da tabela IMC para se saber se se está abaixo,com o peso ideal ou acima do peso.

imc = kg / (m)2

segundo este cálculo o meu IMC é:
21 certinhos.
Ou seja estou no meu peso ideal.

Conforme a tabela IMC
Cálculo IMC Situação
Abaixo de 18,5 - abaixo do peso
Entre 18,5 e 24,9 - peso normal
Entre 25,0 e 29,9 - acima de seu peso (sobrepeso)
Entre 30,0 e 34,9 - Obesidade grau I
Entre 35,0 e 39,9 - Obesidade grau II
40,0 e acima - Obesidade grau III

Hummmm... bem queria descer para os 18,7 que é ainda considerado saudável mas sempre me tirava umas linhas curvas que dispensava perfeitamente...


O site http://www.roche.pt ... tem imensas calculadoras que permitem calcular qual o imc e também as necessidades calóricas diárias,Taxa Metabólica Basal, % de massa gorda, etc...e tem dicas de alimentação saudável, ando maravilhada com o que há por lá.

Mesmo em trabalho...


Aveiro...
Mesmo em trabalho sempre que estou fora tento sempre passear um pouco principalmente em zonas que conheço menos bem... com dias bonitos e noites de Verão então seria mesmo um despredicio não aproveitar.

terça-feira, 12 de abril de 2011

"As vezes ouço passar o vento..."




Existem alturas em que se vão rebuscar ao báu das recordações algumas das coisas que passamos e nos deixamos inundar por elas…

…O meu filho está com 13 anos, foi com esta mesma idade com que eu perdi o meu pai.

Relembro muito da minha infância, da imensa alegria dos sonhos e das brincadeiras. Era uma menina que me entretinha com muitas brincadeiras, elaboradas ou muito simples, criava grandes cenários e podia esquecer-me neles o dia inteiro…tanto brincava sozinha no quarto como brincava na rua com os outros meninos, tinha uma imaginação prodigiosa que transformava tudo em sonho e em “faz de conta”…

… E lembro-me muito do meu pai… lembro-me de o ver sair para correr ou andar de bicicleta todos os dias bem pela manhã, de o ver no ginasio de casa… do ar atlético e sempre bronzeado, do cabelo grisalho…dos passeios…das ida para a praia… das refeições de domingo…dos presentes quando voltava de viagem… lembro-me de dançar com ele, bastava por os meus pés sobre os dele, e ele fazia-me voar… lembro-me de ler sentada no sofá ao lado dele… do quanto me sentia importante a ler o jornal e a perguntar tudo, e de ele na sua infinita paciência me responder e explicar as novidades da actualidade…aprendi a ler assim (antes mesmo da primária com 4 anos)… lembro-me de o ver fazer a barba…. do cheiro do seu perfume, das suas mãos, do seu colo…

Mas também me lembro de o ver muito magro, quando não tinha posição para estar, de o ver disfarçar a dor, do cheiro e das visitas ao hospital, dos mil medicamentos em cima da bancada da cozinha… e apesar disso me perguntar como tinha corrido a escola com um sorriso que só escondia a preocupação de me deixar tão cedo, ainda tão menina…

O meu pai foi operado 2 vezes, a primeira eu teria uns 9 anos…aparentemente recuperou… mas o cancro voltou e a segunda operação foi mais para o final…lembro-me de o ver piorar, e não melhorar como me dizia que iria acontecer… de o ver muito cansado… muito pálido… muito frágil como uma folha de Outono… lembro-me de voltar da escola, pé ante pé, e certificar-me, a ouvir atrás da porta, que não ouvia choro para poder entrar em casa… porque mesmo que não me dissessem eu sabia… ou melhor sentia.

Foi uma época de medos e dúvidas, de não ter com quem falar, nem saber como fazê-lo… porque com 13 anos não se fala destas coisas com os amigos… e em casa, não podia porque eu não era, nem podia ser o mais importante… Lembro-me de ler nas enciclopédias de saúde lá de casa e na biblioteca da escola o que era a doença, como era o tratamento de sentir uma profunda impotência… porque nunca perguntei e também nunca ninguem mo explicou… Mas fiz o mesmo que todos, fingi uma força que não tinha, para fazer a minha parte na batalha contra aquela doença da qual ninguem dizia o nome.

Aos 13 anos somos muito novos para perceber algumas coisas, mas já esperam de nós algo… mas mesmo que tentemos fazer a nossa vida normal, nada impede que o medo exista e se instale porque para isso basta sentir. O meu pai sempre lutou, a minha mãe sempre lutou… a mim restava-me ser forte e lutar também, e ser invisível.

Lembro-me de o meu pai dizer que gostaria muito de assistir a procissão das velas na televisão…de estar junto dele e da minha mãe a ver na TV as milhares de luzinhas levadas pela multidão em Fátima (nunca fomos religiosos mas a fé de alguns momentos também se sente e para isso também não é preciso ser crente)... depois disso ele deixou de lutar… morreu no dia seguinte.

Lembro-me de pegar no telefone e ligar para a minha tia a contar e a pedir que me fosse ajudar… da minha mãe que sempre tinha estado forte se desmoronar por completo… anos de luta contra a doença que não foi vencida… lembro-me da casa cheia de gente, vagamente do velório e do funeral… de ver gente que nunca tinha visto… de não conseguir comer, de não conseguir respirar e de não conseguir chorar. De voltar ao “dia a dia” e não querer falar ou sequer lembrar…

Na altura tentava convencer-me de que tinha sido melhor assim, pois o meu pai estava muito cansado e assim tinha deixado de sofrer… de olhar o céu e tentar reconhece-lo nas estrelas, mas de sentir uma profunda revolta, uma profunda dor, uma imensa injustiça… dor que me acompanha ainda hoje quase 20 anos depois, mais madura e disfarçada de saudade. Revolta que só curei quando me tornei mulher e entendi que muita de minha posterior rebéldia adolescente era um grito, o choro que na altura foi contido…

Se há momentos que marcam para sempre a perda da inocência da infância, o meu foi esse. Na adolescência fui temperamental, caprichosa e muitas vezes egoista… tive bons amigos, dos verdadeiros mesmo, em quem poderia ter confiado e desabafado mas raramente o fui capaz de fazer e nunca totalmente… criei muitas barreiras entre mim e o mundo, principalmente entre mim (o verdadeiro eu) e os outros… tudo o que guardava, toda aquela raiva tinha de sair, mas para isso passei mais limites e fiz certamente mais asneiras que muitos da minha idade… com isso raramente curei a raiva, só criei mais e mais revolta…

Claro que não era sempre assim, tive excelentes momentos na minha juventude, tive experiências únicas e maravilhosas que jamais irei esquecer, tive as melhores amizades, fiz viagens incriveis, dei e recebi muito e fui por isso também muito feliz e são esses os momentos que recordo… tal como o que recordo do meu pai é do olhar orgulhoso quando me ia buscar ao ballet, de o ver sempre bronzeado a chegar de mais uma volta de bicicleta, de lhe pedir para dançar ou para ler o jornal comigo…

“As vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido.”
“Sinto-me nascido a cada momento / Para a eterna novidade do Mundo....”
Fernando Pessoa